Vídeos: a importância do impresso na aprendizagem e na educação

Two Sides preparou três vídeos destacando a importância do impresso na aprendizagem, na educação e no dia a dia dos professores e estudantes. Confira e compartilhe!

Cadernos e blocos desafiam o cérebro

Texto impresso e a aprendizagem

Dia a dia professor e estudante

Por mais que a tecnologia nos permita fazer muita coisa à distância, ela não substitui tudo. O convívio de professores e alunos é fundamental para a educação, principalmente no nível básico que engloba a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio.

A Ciência tem mostrado que os livros impressos e os cadernos de papel funcionam muito bem e, em muitos casos, até melhor que as tecnologias digitais. Se forem abandonados, alunos e professores vão perder muito. E não há por que abandoná-los. Ao contrário, há razões de sobra para que mídias físicas e digitais sejam combinadas e utilizadas de forma complementar e sinérgica.

Preocupada com essas importantes questões, a Comissão Europeia promoveu diversas pesquisas sobre o tema, no âmbito de um projeto intitulado “E-Read” 1. Durante quatro anos, cerca de duzentos acadêmicos estudaram comparativamente as leituras em papel e em dispositivos eletrônicos. A conclusão foi sintetizada na “Declaração de Stavanger” (em referência à Universidade de Stavanger, na Noruega):

…A investigação indica que o papel continua a ser o suporte preferido para a leitura de textos mais extensos, especialmente se exigem uma compreensão mais profunda e se a tarefa de leitura requer maior retenção da informação, e também indica que é o suporte que melhor se adequa a uma leitura de textos longos de caráter informativo. A leitura deste tipo de textos possui um valor inestimável quando se visam algumas capacidades cognitivas tais como a capacidade de concentração, o desenvolvimento de vocabulário ou capacidades de memória. Assim, é importante que preservemos e promovamos a leitura de textos longos e autónomos como uma das modalidades de leitura possível. Além disso, como a utilização de ecrãs continua em crescimento, um dos desafios mais prementes será o de descobrir formas ou estratégias que facilitem a leitura aprofundada de textos de formato longo em suporte digital…

Além da leitura em papel, tomar notas em cadernos também se revela mais estimulante para o cérebro e mais eficaz na aprendizagem do que teclar em equipamentos eletrônicos. Numa pesquisa recente da Universidade de Tokio, orientada pelo neurocientista Kuniyoshi Sakai, estudantes que fizeram anotações à mão, em cadernos, apresentaram melhores resultados em memorização e compreensão do que aqueles que usaram teclados. Durante os testes, as atividades cerebrais dos estudantes foram monitoradas por ressonância magnética.  Naqueles que usaram a escrita manual verificou-se atividade cerebral muito mais intensa em áreas associadas com linguagem, memória, orientação e visualização2.

Segundo o cientista japonês, a escrita à mão é mais eficaz porque estimula muito mais o cérebro, pelo desenho das letras, pela sensação tátil do contato com o papel e com a caneta (ou lápis) e pela distribuição das informações no espaço da página.

O relatório PISA 2021 – “Developing Literacy Skills in a Digital World” informa que estudantes que leem mais livros impressos apresentaram performance bem superior aos que preferem os livros eletrônicos. O documento afirma que “os resultados estão alinhados com meta-análises recentes que revelaram que a leitura em papel resultou em melhor compreensão que a leitura do mesmo texto em uma tela” 3.

Não se trata de escolher uma opção única entre mídias eletrônicas ou impressas. Todos os recursos disponíveis para aprimorar a educação devem ser usados. No entanto, a leitura e a escrita em papel não podem ser abandonadas sem um grande prejuízo para a aprendizagem. Livros didáticos e cadernos continuam sendo imprescindíveis.

Fontes:

  1. http://ereadcost.eu/stavanger-declaration/
  2. Frontiers | Paper Notebooks vs. Mobile Devices: Brain Activation Differences During Memory Retrieval | Behavioral Neuroscience (frontiersin.org)
  3. https://www.oecd.org/publications/21st-century-readers-a83d84cb-en.htm