O papel e o meio ambiente
O uso da água em relação ao papel deve ser considerado em duas etapas cruciais. Em primeiro lugar, o uso de água nas plantações, essencial para que as árvores cresçam e, por meio da fotossíntese, transformem CO2 em oxigênio e celulose. Esta última é a principal matéria-prima da indústria de papel. Em segundo lugar, devemos considerar a água usada durante os processos de produção industrial.
Como a água é um recurso crucial para a indústria, a maioria das fábricas de papel e celulose está localizada em regiões com recursos hídricos suficientes de modo a não resultar em conflitos pelo seu uso.
No Brasil, a celulose é obtida principalmente de eucaliptos e há uma crença generalizada de que essa árvore reduz de forma significativa a disponibilidade hídrica dos solos onde é cultivada. Isso é um engano. As indústrias de celulose praticam o melhor manejo possível no cultivo das suas árvores. Nessas condições, as plantações não secam o solo e ainda ajudam a recuperar terrenos que estavam degradados por utilizações anteriores inadequadas.
Na fase de fabricação muita água é de fato utilizada, seja na extração da celulose seja na fabricação do papel. No entanto, 82% dessa água retorna às fontes de onde foi captada após o tratamento adequado dos efluentes gerados.(1) Os padrões de qualidade da água devolvida são rigorosamente controlados e obedecem às normas legais. Outra parte retorna ao meio ambiente na forma de vapor. Em geral, mais de 90% da água utilizada na fabricação de celulose e papel é devolvida ao meio ambiente vizinho às fábricas.
A água circula dentro das fábricas de papel e celulose várias vezes antes de ser devolvida ao meio ambiente. Antes disso, ela precisa ser tratada porque contém nutrientes e matéria orgânica. São utilizadas diversas técnicas, como filtração, sedimentação, flotação e tratamento biológico.
01. Relatório Anual Ibá, FGV 2021