mais de 90% da água utilizada na fabricação de celulose e papel é devolvida ao meio ambiente vizinho às fábricas.

O papel e o meio ambiente

O uso da água em relação ao papel deve ser considerado em duas etapas cruciais. Em primeiro lugar, o uso de água nas plantações, essencial para que as árvores cresçam e, por meio da fotossíntese, transformem CO2 em oxigênio e celulose. Esta última é a principal matéria-prima da indústria de papel. Em segundo lugar, devemos considerar a água usada durante os processos de produção industrial.

Como a água é um recurso crucial para a indústria, a maioria das fábricas de papel e celulose está localizada em regiões com recursos hídricos suficientes de modo a não resultar em conflitos pelo seu uso.

No Brasil, a celulose é obtida principalmente de eucaliptos e há uma crença generalizada de que essa árvore reduz de forma significativa a disponibilidade hídrica dos solos onde é cultivada. Isso é um engano. As indústrias de celulose praticam o melhor manejo possível no cultivo das suas árvores. Nessas condições, as plantações não secam o solo e ainda ajudam a recuperar terrenos que estavam degradados por utilizações anteriores inadequadas.

Na fase de fabricação muita água é de fato utilizada, seja na extração da celulose seja na fabricação do papel. No entanto, 82% dessa água retorna às fontes de onde foi captada após o tratamento adequado dos efluentes gerados.(1) Os padrões de qualidade da água devolvida são rigorosamente controlados e obedecem às normas legais. Outra parte retorna ao meio ambiente na forma de vapor. Em geral, mais de 90% da água utilizada na fabricação de celulose e papel é devolvida ao meio ambiente vizinho às fábricas.

A água circula dentro das fábricas de papel e celulose várias vezes antes de ser devolvida ao meio ambiente. Antes disso, ela precisa ser tratada porque contém nutrientes e matéria orgânica. São utilizadas diversas técnicas, como filtração, sedimentação, flotação e tratamento biológico.

01. Relatório Anual Ibá, FGV 2021

É necessário respeitar a distância mínima de córregos e das cabeceiras d´água para o plantio de qualquer espécie arbórea. Em se respeitando estas distâncias, em nenhuma hipótese, o eucalipto secaria os cursos d’água. Por outro lado, já faz mais de 50 anos que há o plantio de eucaliptos no país e em nenhum local (ao se respeitar os limites de distância comentados anteriormente) secou o solo. A cada sete anos é renovado o plantio do eucalipto na mesma área e ela produz do mesmo jeito. Inclusive se quiser mudar para qualquer outra cultura ela se desenvolverá muito bem.

Embrapa Florestas, 2019

A água da chuva é essencial para que florestas e plantações de árvores cresçam. A segurança hídrica depende das florestas. As florestas ajudam a regular o ciclo da água, sustentar o seu abastecimento e manter a sua qualidade. As bacias hidrográficas florestais fornecem aproximadamente 75% de água doce acessível e fornecem água para 90% das 100 maiores cidades do mundo.

FAO, Forests and Water, 2019

Além dos benefícios econômicos advindos da produção florestal, pode-se destacar a melhoria da qualidade do ar, conforto térmico, redução dos níveis de poluição sonora, redução da intensidade da erosão, melhoria da vazão de mananciais hídricos, recuperação de áreas degradadas, redução da pressão sobre as florestas nativas e aumento da biodiversidade, entre outros.

Embrapa Florestas, 2019

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